Mostra Fotográfica
Corpo Plataforma:
Lugar comum-clichê
Meu trabalho desde o início abrangendo as diversas técnicas que testei até chegar à fotografia, sempre foi muito particular, sempre refletiu a mim mesma em minhas fases e dramas, tentei não considerar isso por muito tempo, tentando achar um tema, assunto, uma razão de ser para aquela vontade autônoma de expressão. Quando me interessei pela fotografia e percebi que era a melhor forma de regurgitar o que necessitava sair de dentro, me deparei com composições criadas por mim que não passava de simples imagens, confirmando a banalização e saturação da mesma, isto posto, continuei persistindo na ideia de querer mostrar um fragmento que gerasse por si só algum sentido, não só para mim, mas para o outro, sem a intenção de impor, e sim de fazer refletir, de estimular os “porquês”. Então procurei canalizar o que eu realmente queria dizer e como. Resolvi registrar tudo aquilo que estava “pedindo para sair”, escrevi e fotografei muito, mas nada foi satisfatório, percebi que era tudo muito idiossincrático, por outro lado era a única coisa que estimulava meu desejo de produção.
Sempre, mesmo que inconscientemente, focando no corpo, vendo ele como um meio possível de expressão, como plataforma, e não como objeto em sua forma e estética já tão explorado na contemporaneidade, Tentando obter satisfação artística criando uma poética aceita por mim mesma, produziu fotografias usando o corpo como suporte, escrevendo palavras soltas ou expressões inventadas sobre o mesmo. “Plataformas” variáveis que abrigam impressões trazidas do interior do próprio suporte, uma manifestação do mesmo.
Juliana Charnaud