Foto: jCharnaud.
Breve resumo de:
(A nova Arte. Gregory Battcock, São Paulo: Perspectiva, 1986)
O ato Criador,
por Marcel Duchamp.
(A nova Arte. Gregory Battcock, São Paulo: Perspectiva, 1986)
O ato Criador,
por Marcel Duchamp.
“Duchamp é um movimento artístico feito por um único homem, mas um movimento para cada pessoa, e aberto a todo mundo.” Willem de Kooning.
O autor considera o artista um ser mediúnico, e que todas as decisões relativas á execução artística do seu trabalho permanecem no domínio da intuição e não podem sofrer uma auto análise, falada ou escrita, ou mesmo pensada.
No ensaio sobre “Tradution and Individual Talents”, T.S. Eliot escreve que “quanto mais perfeito o artista, mais completamente separados estarão nele o homem que sofre e a mente que cria; e mais perfeitamente a mente assimilará e expressará as paixões que são o seu material.”
Em uma última análise o artista sempre terá de esperar pelo veredicto do público para que sua declaração assuma um valor social, e para que finalmente a posteridade o inclua entre as figuras primordiais da História da Arte., essa que tem persistentemente insistido sobre as virtudes de uma obra de arte, através de considerações completamente divorciadas das explicações racionalizadas do artista.
Como poderá ser descrito o fenômeno que conduz o público a reagir criticamente a obra de arte?
O autor revela que este fenômeno é transferido para o público sob a forma de uma osmose estética, processada através de matéria inerte, diz também que a arte pode ser boa, ruim ou indiferente, mas seja lá qual for o objetivo empregado devemos chama-lá “ARTE”, comparando com as emoções, que mesmo ruins não deixam de ser emoções.
A luta de artistas pela realização é uma série de esforços, sofrimentos, satisfações, recusas, decisões que também não podem e não devem ser totalmente conscientes, pelo menos no plano estético. O resultado desse conflito é a diferença entre a intenção e sua realização, o que quis realizar e o que na verdade realizou é o “coeficiente artístico” pessoal contido na sua obra de arte. Esse coeficiente artístico é como uma relação aritmética entre o que permanece inexpresso embora intencionado e o que é expresso intencionalmente.
O índice deste coeficiente não tem influência alguma sobre o tal veredicto. O Ato criador toma outro aspecto quando o espectador experimenta o fenômeno da transmutação, e o papel do público é determinar qual o peso da obra de arte na balança estética.
Resume dizendo que, o ato criador não é produzido pelo artista sozinho, o público interpreta e decifra suas qualidades intrínsecas contribuindo ao mesmo, e isto se dá ainda mais óbvio quando a posteridade (público transformado..) dá o veredicto final e reabilita artistas desconhecidos e esquecidos.